Na Praçada Liberdade em BH, vandalismo derrubou estátua do escritor Murilo Rubião

A estátua do escritor mineiro Murilo Rubião está localizada em frente à Biblioteca Pública Nacional do Parque Estadual de Minas Gerais, na região centro-sul de Belo Horizonte, Parque Nacional da Praia da Liberação Avenida Praça Liberdade (Parque Nacional da Avenida Praça Liberdade), deliberadamente destruído e desabou no início da manhã. Sexta-feira (19).

De acordo com a Ministra da Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), a análise das imagens do roteiro de segurança da biblioteca comprovou esse comprometimento. Disparou uma ordem da Polícia Militar, e a empresa vai identificar o suspeito.

Uma equipe da Secult está trabalhando na restauração da escultura e, quando os reparos forem concluídos, ela será novamente instalada na praça. De acordo com a pasta, ainda não há previsão para que isso ocorra.

A secretaria ressaltou a “inquestionável trajetória” de Rubião, “precursor do realismo fantástico e criador do Suplemento Literário de Minas Gerais, publicado desde 1966”.

Afirmou, ainda, que a estátua e as demais obras que compõem a instalação “Encontro Marcado”, nos jardins da Biblioteca Estadual, estão com a manutenção em dia.

Nas redes sociais, a jornalista e editora Silvia Rubião, sobrinha do escritor, lamentou o ato de vandalismo. Ela destacou que o tio escolheu ficar em Minas Gerais “para se tornar um grande militante da causa cultural”.

“Com sua liderança, protagonizou diversas iniciativas que hoje integram nosso vasto patrimônio artístico e cultural reconhecido mundialmente. Vê-lo no chão, derrubado, derrotado em sua luta incansável, é profundamente desalentador. Mais ainda por saber que esta imagem ficará na história como um dos símbolos da ignorância e da miséria intelectual que hoje destroem nosso desesperançado país”, escreveu Silvia.

Murilo Rubião nasceu em 1916 em Silvestre Ferraz, atual Carmo de Minas, no Sul do estado, e mudou-se para Belo Horizonte em 1923, onde concluiu o curso de direito. Ele trabalhou em diversos jornais e revistas da capital, além de ter sido chefe de gabinete do então governador Juscelino Kubitschek.

Rubião publicou livros como O ex-mágico (1947), A estrela vermelha (1953), A Casa do Girassol Vermelho (1978) e O homem do boné cinzento (1990). Ele morreu em Belo Horizonte, em 1991.