Belo Horizonte toma medidas contra a Copasa na justiça
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou nesta quarta-feira (22/9) que ajuizou ação contra a Companhia Mineira de Saneamento (Copasa), acusando-a de lançar esgoto na Lagoa da Pampulha. Na 19ª Vara Federal de Belo Horizonte, segundo o poder executivo, a decisão deve encontrar uma “solução para a poluição que assola a região há décadas”
Na ação, a Procuradoria-Geral do Município (PGM-BH) lembrou que a Lagoa da Pampulha foi reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade e que, por isso, precisa de uma “convergência de esforços” por parte do Executivo municipal, com participação da Copasa, governo de Minas e Prefeitura de Contagem, para que o espaço seja limpo.
Com isso, a Procuradoria pediu uma tutela de urgência para obrigar a Copasa a apresentar, em até 45 dias, um plano de ação contendo cronograma e obras emergenciais para que o esgoto na Bacia Hidrográfica da Pampulha seja coletado e tratado em sua totalidade para que deixe de ser despejado na lagoa.
O município também quer saber se a distribuição de R$ 820 milhões como dividendos extraordinários aos acionistas da Copasa “comprometerá a capacidade de investimento da companhia em obras de saneamento básico na Bacia Hidrográfica da Pampulha”, sob pena diária de R$ 100 mil.
“A ação ainda pede a intimação das seguintes entidades para participarem do processo: Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH), Fundação Municipal de Cultura (FMC), IEPHA, IPHAN, SUDECAP, ANA, ARSAE, Escola de Engenharia da UFMG e Escola de Medicina da UFMG (Projeto Manuelzão)”, disse, em nota, a PBH.
Em nota, a Copasa disse que ainda não foi notificada sobre a ação ingressada por Belo Horizonte e que buscará as medidas judiciais cabíveis quando receber o comunicado. A companhia também afirmou que atua de forma colaborativa com a capital mineira para a preservação da Lagoa da Pampulha.
Sobre o esgoto, a Copasa informou que trata mais de 95% do esgoto gerado na Bacia Hidrográfica da Pampulha e que para atingir 100% precisa trabalhar em conjunto com os municípios de Belo Horizonte e Contagem. Entre outubro de 2017 a abril de 2021, a companhia disse que interligou quase 27 mil imóveis localizados na bacia ao sistema de esgotamento sanitário e que desenvolve campanhas para que os moradores façam a adesão aos serviços.
“Todos os levantamentos realizados pela Copasa são informados às secretarias municipais de Meio Ambiente para que sejam tomadas as providências junto aos moradores ainda não conectados à rede de esgotamento sanitário disponível”, destacou, em nota.
A Copasa finalizou explicando sobre as obras de desassoreamento, em que foram investidos R$ 8,6 milhões para obras realizadas entre junho de 2018 a dezembro de 2020 na Lagoa da Pampulha, entre a Toca da Raposa e a Avenida Antônio Carlos.
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