Aulas de ensino médio em BH ‘provavelmente’ voltam no 2° semestre
A ministra da Educação de Belo Horizonte, Angela Dalben, confirmou que o Ensino Médio e a Universidade de Belo Horizonte podem retornar no segundo semestre, mas atribuiu essa mudança à queda da cidade no índice da Covid19.
A secretária foi ouvida, nesta quinta-feira (22), pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 instalada na Câmara Municipal de Belo Horizonte para investigar a atuação da PBH no enfrentamento da pandemia.
“Quando a gente tiver nesse matriciamento de risco uma taxa de normalidade de 81% a 90% poderemos retomar o ensino médio que, teoricamente, não é responsabilidade municipal e sim estadual. E mais de 91% teremos aberturas sem restrições para as universidades”, afirmou a chefe da educação municipal.
“Eu tenho a impressão que estamos caminhando para isso, mas quem pode dizer exatamente são os representantes do comitê. Meu desejo, sonho e esperança é que, no segundo semestre, até setembro, a cidade colabore com isso, mas temos que aguardar o Matriciamento”, completou Ângela. Atualmente o MR, ou ‘taxa de normalidade’ está em 76% na capital.
No entanto, a secretária ponderou que a prioridade no momento é a volta total do ensino fundamental.
“Eu não acredito que a gente tenha em relação ao ensino médio perdas tão extraordinárias como a gente já tem normalmente em função do fato de que as pessoas mais velhas, muitas vezes, têm mais condições de, por meio digital, seguir com o acompanhamento dos trabalhos”, ponderou Ângela Dalben, que lembrou que neste mês ocorre à volta às aulas de 15 % dos alunos da rede municipal que estão com idades entre 12 a 14 anos.
Relação com o Comitê Covid
A secretária, durante seu depoimento, foi muito questionada pelos vereadores sobre os critérios que a pasta está seguindo para orientar o cronograma de volta às aulas na capital. Em todos os questionamentos, Ângela Dalben foi enfática ao dizer que ‘segue a risca’ as orientações e protocolos elaborados pelo Comitê Covid, formado pelos infectologistas, Carlos Starling, Unaí Tupinambás e Estevão Urbano e que foi montado pela PBH para direcionar as medidas adotadas no enfrentamento à pandemia.
“Eu sou uma pessoa a favor da educação e meu desejo é ter a escola com todas as crianças, mas antes de tudo a gente tem que ter o cuidado com a vida, então eu não posso questionar em hipótese alguma os direcionamentos dados pelo Comitê da Saúde. Eu sigo a risca e fico tranquila”, afirmou a secretária ao ser questionada pela vereadora Flávia Borja (Avante) se ela estaria “satisfeita” com as determinações do comitê que liberou outras atividades antes da abertura das escolas.”
“O prejuízo do distanciamento social é para todos nós, mas nós convivemos com eventos clandestinos durante a pandemia, que provocaram surtos. Quando você abre para eventos com controle, é aquela ideia, é melhor com controle do que clandestino”, pontuou a chefe da Educação em relação à liberação por parte da prefeitura a realização de eventos na cidade.
De acordo com a secretária, ela participa das reuniões do comitê como convidada para tratar de assuntos ligados à educação e contribui com especificidades técnicas da área na hora das tomadas de decisão.
“Quais os limites que temos para ter toda criança na escola? O rigor dos protocolos que seguimos e nesses rigores o espaço físico ainda limita, apesar de termos feito muitas reformas”, explicou.
Ainda segundo a secretária, R$ 102 millhões em obras e reformas foram investidos nas escolas municipais de Belo Horizonte que foram adaptadas para o cenário de pandemia. Outros R$ 27 milhões foram aplicados na compra de itens como bebedouros adaptados, máscaras e termômetros.
O vereador Nikolas Ferreira (PRTB) pediu à secretária que ela citasse o estudo científico usado pelo Comitê Covid para determinar que as escolas permanecessem fechadas.
“Não cabe a gente fazer estudo de valor, minha pergunta é simples, qual estudo foi seguido? Houve um estudo de qualquer revista científica?”, indagou o vereador.
Ao responder, Ângela Dalben defendeu a capacidade técnica e científica dos membros do comitê.
“Toda a equipe do prefeito Kalil é uma equipe técnica e nós trabalhamos a partir de dados, não trabalhamos pelo achismo. E nesse momento o comitê da saúde estava na liderança e como técnica e pesquisadora que sou na área da educação que também trabalho com base em dados eu respeito pesquisas e direcionamentos científicos de pessoas gabaritadas na área da saúde”, respondeu.
“Tivemos vários estudos feitos por várias instituições. Por exemplo, CDC de Atlanta (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) mostrou algumas diretrizes. Em Belo Horizonte o comitê elaborou o matriciamento de risco, que é um estudo científico, baseado em dados sólidos feito e elaborado por pessoas técnicas e dá área e é com esse o estudo que a gente optou por alinhar nossas ações”, completou.
Via: O Tempo